EU EM MIM MESMA

EU EM MIM MESMA

Enquanto o tempo me fez maturar, acho que até numa faixa etária não condizente, agarrei-me a ele e não perdi a oportunidade, para me ver em mim mesma, para me reconhecer como alguém disposta a ver e a reconhecer as pessoas e as coisas, como elementos contributivos, no processo de crescimento, mesmo nos dias de desânimo, de questionamentos, de indignação e de não aceitação de ter de me resguardar por um bom tempo e de sentir que as pessoas se esqueceram de mim. Pareço não lhes ser mais útil e só tenho de admitir que a vida me fechou as cortinas e que não tenho mais nenhuma atuação, neste palco que os homens improvisam a saída de quem não mais deve subi-lo,  nem por lá aparecer. Tudo o que já vivi, tudo o que já fiz, parece ter sido apagado ou colado, em folhas duplas, sem chance nenhuma de se desgrudar uma folha da outra, uma vez que não há mais sentido, não sei se só por enquanto.

Tenho tido tempo de sobra para pensar, para não fazer quase nada, para querer quase tudo.

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