Professora Célia Bernardo

A violência cada dia se mostra como um desregramento do bem, que parece perder espaço e valor, quando vemos os contra valores se postando frente às ações de tantas pessoas jovens. As escolas têm se transformado em atrativos para os vândalos e muito nos entristece ver adolescentes e jovens, em descaminhos, desprovidos de sonhos e de vontades que os levem a caminhos com percursos certos e com ponto de chegada definido. Ao ver a minha profissão, nos dias atuais, como profissão de risco, sinto pesar, porque vejo a perda de oportunidade de uma clientela nova, cujos sonhos deveriam estar se auto afirmando, em suas vidas. Porém, o que tenho visto é uma contradição de tudo o que à minha época de jovem, parecia, sim, uma enorme caixa de sonhos, muitos, sem a mínima chance de realização. O certo é que se sonhava com coisas boas, realizáveis e com a conotação de sucesso e de avanços positivos. Por que as mudanças são tão mundanas? Outro dia, ouvi no jornal nacional uma notícia de que muitos j...

EU EM MIM MESMA Enquanto o tempo me fez maturar, acho que até numa faixa etária não condizente, agarrei-me a ele e não perdi a oportunidade, para me ver em mim mesma, para me reconhecer como alguém disposta a ver e a reconhecer as pessoas e as coisas, como elementos contributivos, no processo de crescimento, mesmo nos dias de desânimo, de questionamentos, de indignação e de não aceitação de ter de me resguardar por um bom tempo e de sentir que as pessoas se esqueceram de mim. Pareço não lhes ser mais útil e só tenho de admitir que a vida me fechou as cortinas e que não tenho mais nenhuma atuação, neste palco que os homens improvisam a saída de quem não mais deve subi-lo,  nem por lá aparecer. Tudo o que já vivi, tudo o que já fiz, parece ter sido apagado ou colado, em folhas duplas, sem chance nenhuma de se desgrudar uma folha da outra, uma vez que não há mais sentido, não sei se só por enquanto. Tenho tido tempo de sobra para pensar, para não fazer quase nada, para quere...

UM OLHAR SOBRE A CIDADE: (ITAPAJÉ – CE.) Os meus 34 anos, nas idas e vindas em Educação, têm me rendido não só muitos olhares, mas também prazerosas convivências, já numa grata e satisfatória experiência de Gestora da Educação, em três municípios deste Estado, cujos sol, vento, mar, seca e serras fazem um complexo generoso, através dessa diversidade e adversidade da mãe natureza, à qual se unem as pessoas que, respeitosa e afetivamente me acolhem, a cada chegada e a cada estada. Em cinco meses, tenho a franqueza para externar os meus sentimentos, ao olhar a acolhedora Itapajé de várias altitudes, sob vários ângulos, em muitas posturas dos que só me observam, dos que comigo convivem e trabalham com o objetivo de fazer um processo educacional que vise à formação cidadã dos pequenos munícipes que, acolhidos nas nossas escolas com o intuito de receberem ensinamentos diversos e virtudes necessárias, precisam ser devolvidos à sociedade, como pessoas prontas e preparadas para a (re) co...

A DITADURA DE BAIXO Os valores se inverteram tanto na sociedade atual, que ficamos sem saber o que poderá acontecer com as novas gerações, que ocuparam o lugar de destaque na família, determinam, gritam, fazem-se obedecer, impõem todas as ordens, na verdade, acabam vencendo em todos os sentidos. Na qualidade de mãe, de educadora e na condição de estar na vanguarda da educação em um dos municípios cearenses, tenho me preocupado muito com essa troca de funções, nas famílias e o pior, os pais não se dão conta de que perderam as rédeas e que se encontram reféns de uma clientela que tem conseguido tudo, através do grito e, em muitas vezes, através de uma violência camuflada, apanhando dos filhos cuja idade ainda sequer lhes garante a noção do reconhecimento do certo/errado. Partilho situações de extrema pobreza, mas as crianças exigem os equipamentos eletrônicos que a  mídia lhes ensinou a consumir e a ter e tal influência se transforma em exigência absurda, que o parco recurso...

Aqueles que se valorizam, que se garantem, que sabem esperar, que vivem sem angústia, que dão valor às mínimas coisas e que acreditam no amor, é claro que têm mais sensibilidade, criticam menos, amam mais, não perdem seu precioso tempo, aguardando assistir, para comemorar as desgraças alheias, pois são atitudes que jamais nos abrirão espaços, para vermos o essencial, com os olhos do coração. Como não acreditar que, todos os dias, a vida nos traz centenas de razões para querer mos essa felicidade que tanto almejamos? O mundo está repleto de pessoas boas, o problema é que o lado de lá faz mais barulho. Deixe que gritem. Quem é feliz de verdade não precisa fazer propaganda por aí. Outdoor não exibe felicidade. Esta danada gosta mesmo é de viver dentro do peito. Gosta de estar disponível para os que de nós precisam e, sem dúvida, é através da felicidade que nos autopromovemos e, consequentemente, também nos tornamos responsáveis pela ascensão do outro. Por que se aguardar, por que se ant...

O preconceito e as grades da prisão têm muito em comum. Mas o preconceito é pior do que as grades, porque as grades prendem o corpo, mas não prendem o espírito de quem tem mente aberta. Já o preconceito não prende o corpo, mas tolhe o espírito, que acaba sendo a pior das prisões. Cada dia, o propósito de quem se apropriou do Brasil é nos "idiotizar", no intuito consciente de tirar a nossa atenção do foco das safadezas praticadas de forma escancarada, a fim de que o massacre a os nossos direitos, o desrespeito à vida e os afrontas à nossa dignidade continuem a ser praticados como os algozes querem e como o diabo gosta. Como se já não bastassem tantas aberrações, os magistrados deste país, agora, além das togas que já não mais nos convencem, resolveram vestir "jalecos" de médicos e de psicólogos e passam a diagnosticar o que não lhes compete e, assim, além de gerar mais ódio de classes, de gênero e de preconceito, tentam nos tratar como ignorantes, quando deixam de ...

A ética e a moral estão sendo distorcidas e destruídas em uma sociedade corrupta, desigual, desumana, egoísta e estéril em espiritualidade. É triste a gente perceber que o que é errado, o que é efêmero, o que é inescrupuloso e imoral estão substituindo os valores morais por valores de má fama, de má fé e de desrespeito. Em que mundo estamos, onde o ter vale mais do que o ser? Que sociedade é essa onde a perversidade e a mau caráter se propagam mais rápido que a velocidade da  luz? Que mundo é esse cheio de desigualdades? Que mundo é esse em que a falta de caráter, em que a desonestidade se sobrepõem em níveis elevados aos princípios da moralidade, do respeito ao outro e das atitudes humanizadas? Parece que o chão em que pisamos é um campo minado, prestes a explodir, embaixo de nossos pés; um campo, onde o plantio do joio sufoca os trigais, sem deixá-los produzir o "Pão" para tantos famintos, que precisam da partilha, mas que são desprezados, são esquecidos, embora s...

Após uma semana do meu aniversário natalício, acabo de ser surpreendida, literalmente, por um momento extremamente feliz, abençoado e maravilhoso, oferecido pelos colegas que comigo trabalham, na Secretaria de Educação. Há quem diga que é bom ser importante; porém, a minha concepção é de que o mais importante, realmente, é ser BOM. O que venho externar aqui, são sentimentos de gratidão pela forma  carinhosa, amiga, sincera e prazerosa com que esses colegas se doaram em dar o melhor de si mesmos, com o intuito de me fazer feliz e de reconhecer a importância da nossa convivência, num trabalho, cujo foco são as ações educativas, em favor de todos os itapajeenses. A presença de todos foi o grande presente, assim como a companhia de D. Luizinha Braga deu um destaque especial ao momento. O que lhes digo, caros colegas, é que Gratidão é um dos sentimentos mais nobres do ser humano. Ela é essencial para a felicidade, pois faz com que reconheçamos o grande valor das pequenas cois...