O texto a seguir é da professora Célia Bernardo, colaboradora emérita e dominical deste blog:
O texto a seguir é da professora Célia Bernardo,
colaboradora emérita e dominical deste blog:
Refletir sobre as contribuições que modificaram a compreensão sobre a
escrita é a melhor forma de enfrentar os desafios que hoje se colocam a todos
os educadores: a erradicação do analfabetismo e a superação dos baixos níveis
de letramento. Apesar do investimento para inverter a curva ascendente dos
índices de analfabetismo no Brasil, os números mostram uma situação alarmante.
De acordo com pesquisas do IBGE, há 14,2 milhões de analfabetos entre a
população acima de 15 anos de idade e 32,1 milhões de analfabetos funcionais.
Segundo os estudos do INAF – Índice Nacional de Analfabetismo Funcional,
encontra-se um cenário ainda mais desolador: apenas um quarto da população
(25%) é capaz de compreender, interpretar e comparar informações de diferentes
textos.
A conclusão parece óbvia: Mesmo que as crianças tenham acesso às escolas
e consigam permanecer nas salas de aula por mais de quatro anos e num tempo
integral, não há garantia de que seja cumprido o mais básico dos objetivos da
escolaridade: a efetiva aprendizagem da língua escrita. O Acordo Ortográfico,
pensado, em 1990, com a finalidade de um Tratado Internacional, cujo objetivo é
unificar a ortografia, entre os países que têm a língua portuguesa como idioma,
vai completar 13 anos e a vigência, a cada ano, pula para mais adiante e o que
se sabe é que a obrigatoriedade será somente em 2016. Sou professora formada em
Letras, daí o aval para ministrar aulas de língua portuguesa, mas, francamente,
o que implicará, sobretudo, para a escrita, a alteração em alguns acentos e em
alguns hifens?
Considero somente como mais uma despreocupação com os elevados índices
do que está mostrado acima. Somado ao número de analfabetos, vem um outro
contingente, também “pesado”: 12 milhões de miseráveis. Entre os 30 países de
maior carga tributária do mundo, o Brasil é o que oferece o menor retorno em
serviços públicos de qualidade à população. O país aparece no último lugar no
ranking que relaciona volume de impostos à qualidade de vida dos brasileiros.
No que se refere ao IDH/2012 – Índice de Desenvolvimento Humano – de acordo com
o PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil ocupa a 69ª
posição. No ranking global de educação, que comparou 40 países, a posição do
Brasil é o penúltimo lugar.
Dentre os cargos mais bem pagos no Brasil, o de professor passa a
milhares de quilômetros de distância, o que realmente prova e comprova que o
formador de todas as profissões não vale 50% de um assento VIP para os jogos da
Copa do Mundo, em Fortaleza. Diante de tudo isto, amigos, não tem como a gente
não se lembrar do memorável e notável Chico Anysio quando concluía o programa
“A Escolinha do Professor Raimundo”, dizendo e gesticulando: “E o Salário, ó”!
Ainda do conterrâneo e maior humorista brasileiro é a citação: “O material
escolar mais ‘barato’ que existe na praça é o professor”.
Com esta reflexão, iniciemos mais uma semana, não dizendo aos nossos
filhos que eles não queiram ser professores, mas tornando-os cientes de que
tudo o que eles conseguirem ser e ter tem a marca notória, contributiva e
imorredoura de um(a) professor(a). O Senhor nos abençoe e nos guarde. Volva seu
olhar Pai e nos abençoe, em mais uma semana. Amém. Abraços pascais de domingo.
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